quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Fim da jornada

Hoje. Mais um dia. Só não igual a outros tantos dias, tão rotineiros que até nos esquecemos. Como conceber a morte? Fim de jornada, descanço eterno, passagem. Muitos já escreveram, definiram e explicaram o fenômeno, sempre sob a ótica de quem se foi. Foi pra onde? Por quê? E quem ficou? Como atender ao esperado - "foi melhor assim", "agora descançou", "estava sofrendo"? Como aceitar que as pessoas que simplesmente amamos ou fizeram-se amar, pessoas que conhecemos nem sei desde quando, podem nos deixar? Elas sempre foram tão "eternas"...
Desde criança criamos imagens e símbolos pra nos sentirmos protegidas, amadas. Seres imortais que se apresentam a nós como nossos pais, avós, tios. E aí, de repente, sem pedir ou explicar,  inicia-se uma trajetória de despedidas sem a menor intenção de nos poupar.
Como é que se pode conseguir viver assim? Sempre se despedindo desses dias tão iguais, dos amores tão universais, tão secretos e tão nossos, desses seres que sempre achamos que viveriam para sempre.
Egoístas? Sempre. Porque a nossa dor é sempre maior que a do outro, eis a verdade sobre os sentimentos humanos.
A morte é só o princípio - do caminho de quem fica, reavendo princípios, resgatando valores - e do caminho de quem vai, resgatando glórias ou dissabores... reaprendendo a viver.

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