sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Lou Salomé - acabei de conhecer essa russa tão valorosa

Paixão, fruição, loucura e alegria. Apelidada de "raio de sol", Louise von Salomé, Lou Andreas-Salomé, ou simplesmente Lou Salomé foi uma notória violadora das regras morais de seu tempo, com sua personalidade forte e olhar firme.              
A moça que "chicoteou" os filósofos Nietzsche e Paul Rée, poetisa russa, uma mulher bonita e sedutora, de ideias brilhantes e libertárias. Foi poetiza, amante, amada. Nasceu rica, podendo transitar entre filósofos e intelectuais de sua época e usufruir não apenas de pensamentos, mas de uma vida livre. Qualquer obstáculo ou pessoa que ameaçassem essa liberdade de alma eram repelidos por ela própria. Descrente, cheia de dúvidas, humana, pecadora, intensa!

E num período em que pouquíssimas mulheres conseguiam ter acesso à universidade, Lou estudou lógica, história das religiões e metafísica.


Com uma biografia intensa, boêmia e ligada à literatura e a arte em geral, Lou Salomé é um exemplo de uma mulher que viveu para ser feliz, apesar de suas neuras, transferências e de todos esses sofrimentos humanos que temperam a vida.

Uma pequena amostra:
"Ouse, ouse... ouse tudo!! Não tenha necessidade de nada! Não tente adequar sua vida a modelos, nem queira você mesmo ser um modelo para ninguém. Acredite: a vida lhe dará poucos presentes. Se você quer uma vida, aprenda ... a roubá-la! Ouse, ouse tudo! Seja na vida o que você é, aconteça o que acontecer. Não defenda nenhum princípio, mas algo de bem mais maravilhoso: algo que está em nós e que queima como o fogo da vida!!"-------------------------------------------------------------------------------------"só aquele que permanece inteiramente ele próprio pode, com o tempo, permanecer objeto do amor, porque só ele é capaz de simbolizar para o outro a vida, ser sentido como tal. Assim, nada há de mais inepto em amor do que se adaptar um ao outro, de se polir um contra o outro, e todo esse sistema interminável de concessões mútuas... e, quanto mais os seres chegam ao extremo do refinamento, tanto mais é funesto de se enxertar um sobre o outro, em nome do amor, de se transformar um em parasita do outro, quando cada um deles deve se enraizar robustamente em um solo particular, a fim de se tornar todo um mundo para o outro."-------------------------------------------------------------------------------------
"Pois, sobretudo, resulta no indivíduo uma espécie de interação ébria e exuberante das mais altas energias criadoras do seu corpo e a exaltação mais alta da alma. Enquanto nossa consciência se interessa vagamente, habitualmente, por nossa vida psíquica, como por um mundo que conhecemos mal e que controlamos ainda pior, que ao que parece forma um com ela, mas com o qual normalmente ela se entende mal - eis que se produz subitamente entre eles uma tal comunhão de enervação que todos os seus desejos, todas as suas aspirações se inflamam ao mesmo tempo."

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